AMANTES
(Sócrates Di Lima)

Um leito imaginário,
Flores espalhadas na cama,
A espera de um corpo solitário,
Onde a pele inflama.

Taças de vinho, flores e desejo,
Calor arrepiante,
Na mordedura do beijo,
No leito do amante.

Toques sensuais,
No pé da orelha,
Arrepios naturais,

Como centelhas.

Como espinhos repentinos,

Que nas pernas explodem,

Imaginações de meninos,

Que as mãos sacodem.

Podem as almas amantes,

No leito se descompor,

Donos dos desejos proliferantes,

Mergulhados no amor.

Sem regras,

Sem tabus e sem pudor,

Cúmplices nas entregas,

Eclodindo de amor.

Amantes,

Seres alucinantes,

Donos da loucura,

Sem razão, sem frescura.

Não há prazeres tão significantes,

Do que corpo no corpo sem limite,

Entregues no amor como amantes,

Prazer maior não existe.

E a imaginação se multiplica,

O depois será muito melhor que o dante,

Porque o amor assim se intensifica,

Na loucura do leito preparado, a espera do outro amante.