BAÚ DO AMOR
(Sócrates Di Lima)
Guardo-me das tristezas,
Protejo-me das ilusões,
Revejo minhas destrezas,
Fujo das desilusões.
Abro o baú do meu coração,
Acomodo bem no fundo minhas dores,
Da saudade eu não abro mão,
Mas, deixo-a entre as flores.
Doces e intrépidos amores,
Pelo tempo separados,
Prazeres multicolores,
Ali, também guardados.
E no baú da minha vida,
Guardo minha própria felicidade,
Construída com muita lida,
Mas hoje, só saudade.
Um amor insano,
Tirano,
Profano,
Humano.
Este amor que me fez viver,
Para tê-lo, levei anos de procura,
E quase me vi enlouquecer,
Quando veio a ruptura.
E ele se foi silencioso,
Talvez, como chegou,
Sorrateiro e melindroso,
Tudo levou.
Poderia estar triste e enlouquecido,
Mas, não posso a esse luxo me dar,
Troco minha tristeza pela alegria de ter vivido,
Um amor insano, mas que só a mim Deus poderia dar.
E as palavras silenciaram,
Vozes emudeceram,
As poesias se calaram,
Ouvidos ensurdeceram.
Então, o que restou senão a vontade,
De apenas manter as lembranças no coração,
Deixar rondar apenas a saudade,
E tudo o mais guardar no baú da minha razão.
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HOMENAGENS PÓSTUMAS
" In memoriam"
Quero homenagear meus pais Sr. Honorato Ferreira Lima
e Diomàlia Maria de Araújo Lima
que, por passamento, não conheceram as palavras
deste poeta.
Também quero homenagear o Comendador Sr. Sebastião e Sra.
Ângela Inocêncio Pereira,(Itajubá-MG), genitores de uma encantada poeta,
que de igual forma, também não conheceram o dom poético de sua filha querida.
Eximia poestisa que sempre será inspiração para o meu coração cancioneiro.